sábado, 2 de julho de 2011

Já teve o início o desmonte da farsa, mas o trabalho é longo!

Bom pessoal, antes de mais nada não quero que pensem que tenho uma postura política alienada. Tento ser imparcial apesar de ter uma opinião própria, inclusive sobre política. Dito isto, te convido a dar uma lida no excelente post do Reinaldo Azevedo sobre o FHC.
O desmonte da farsa intelectual que tentou apagar da história do Brasil o grande governo do presidente Fernando Henrique Cardoso está só no começo. Será um trabalho, infelizmente, um tanto lento porque a vigarice foi longe e contaminou todas as esferas do debate: a imprensa, o pensamento, as escolas. O elogio da mentira e da ignorância a serviço da ideologia mais rastaqüera se espalhou como praga. Vigaristas disfarçados de “intelectuais progressistas”, aos quais falta tudo — leitura, vivência e vergonha na cara — procuraram dar alcance acadêmico à sua ignorância ideologicamente orientada.
FHC foi e, felizmente, ainda é um engenheiro de instituições permanentes, que moldaram e moldam a democracia. Com ele, a sociedade passou a disciplinar o estado por meio de instituições e instâncias livres, como o Congresso, a imprensa, as agências reguladoras, o mercado. Cada avanço, no entanto, grande ou pequeno, teve de enfrentar a fúria bucéfala do petismo, que quer o estado sufocando a sociedade.
Tivessem os petistas vencido a batalha, o país não teria conhecido o Plano Real — votaram contra; a universalização do ensino fundamental — combateram o Fundef; disciplina nas contas públicas — recorreram ao STF contra a Lei de Responsabilidade Fiscal; a rede de assistência social — tachavam os programas hoje chamados de “Bolsa Família” de esmola; a universalização da telefonia e a expansão da economia da informação — combateram a privatização da Telebras; a quase auto-suficiência no petróleo e a chegada ao pré-sal — opuseram-se à quebra do monopólio da Petrobras, que permitiu que se chegasse lá.
No governo, os petistas se aproveitaram, claro!, de cada uma dessas conquistas e tiveram o bom senso de não tentar voltar atrás. Mas também não souberam dar continuidade à grande obra. A sua relação com o capital privado deixou de ser institucional para ser de compadrio. Exaltando as glórias do estado e satanizando as privatizações, o PT permitiu que a infra-estrutura do país mergulhasse na obsolescência, como evidenciam hoje os nossos aeroportos, portos e estradas. Não obstante, alguns “escolhidos” do petismo passaram a contar com favores do Estado. Estão aí hoje os “eleitos” do BNDES. A estabilidade mundial, o crescimento da China e a valorização brutal das commodities permitiram ao PT o reforço substancial da assistência social e a organização de uma economia fortemente ancorada no consumo interno. Mas não se viu, nesse tempo, uma só avanço institucional.
Ao contrário: o que se tem é regressão ao tempo em que o Estado escolhia os vitoriosos; em que ser amigo do rei era condição para o acesso a empréstimos a juros subsidiados. No governo FHC, o BNDESPar emprestava dinheiro a empresas que investiam em infraestrutura, e isso era considerado um crime; no governo petista, o mesmo BNDESPar se oferece para financiar fusão de supermercados, e o petismo afirma que isso representa uma revolução nacionalista.
Os vigaristas continuam ativos, como se sabe. Estão em todo canto, muito especialmente na Internet, parte deles financiada com dinheiro estatal — mais uma forma de apropriação do público pelo privado. Aqueles setores da imprensa e do colunismo que ajudaram a construir a farsa petista ainda resistem. Daqui a pouco, vem 2012, e o Apedeuta, candidato em 2014, subirá em palanques nos quatro cantos do país para reciclar a mesma ladainha de mentiras, de ódio, de ressentimento, de ignorância, tudo aquilo que serviu para o petismo construir uma teoria de poder. Não por acaso, ele se negou a enviar simples “parabéns” ao antecessor! O Babalorixá espera fazer 80 anos um dia para dizer: “Nunca antes na história destepaiz alguém fez 80 anos como eu!”
Quero dizer com isso que a mistificação vive apenas um momento de trégua; está um tanto recolhida para voltar às ruas em breve. O desmonte intelectual da farsa petista já teve início, mas haja trabalho! A máquina de produzir mentiras é rica, poderosa e persistente.
Por Reinaldo Azevedo

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